no 13º Festival de Música Moderna de Corroios (2008)



Os cabeça de cartaz da 13ª edição do XIII Festival de Música Moderna de Corroios, Peixe:Avião, foram entrevistados pela jornalista oficial do Festival.

ao vivo no Café Concerto Vila Flor - Guimarães


04/10/08

Os peixe:avião tocam "interlúdio" e "frio bafio"

peixe:avião - Camaleão


Videoclip do segundo single do àlbum 40.02

Realizado por: BOLOS QUENTES
Editora: Rastilho Records


Letra:
talvez ainda esteja, antes de amanhecer,
a dormir acordado
como quem esteja a dormir num dia mau,
e não queira que acabe ali
solto-me ao rigor de deixar-me improvisar,
no pior que aconteça
se deixasse ver um bocado mais de mim,
perderia o disfarce
sou um gigante na sombra que colhi
das formas e peles que encarno ao calhas;
vestido de gente, sou como faço crer: dissimulante.
sou como um licor de sabor abandonado: mau de azedume

amansei o travo e a urgência de beber dos lábios
veneno
sou um gigante na sombra que colhi
das formas e peles que encarno ao calhas
vestido de gente, sou como faço crer:
dissimulante.

festas académicas 2009



ao vivo na Antena3


Ronaldo Fonseca e André Covas, em entrevista nas Manhãs da 3 - Antena3 - falam do nascimento e evolução da banda, do álbum de estreia, de influências e de gostos musicais..

E ainda, a actuação ao vivo do tema #007 "Atiro ao Alvo" do álbum 40.02.

peixe:avião - A espera é um arame


Videoclip do single "A espera é um arame" extraído do primeiro álbum dos peixe:avião, 40.02

Realizado por: BOLOS QUENTES
Editora: Rastilho Records


Letra:
O arame que rasga,
Uma faca que mói,
Desenha-se um oito que espreme o suor;

O pulso dispara quando então te vejo,
Falha-me a voz,
Simula um harpejo;

Quebrando as unhas,
Moendo o verniz,
Abriu-se uma cova no meio do chão;

Roendo as unhas tusso,
Tremo,

Treino tudo aquilo que vá dizer

...Espera.
...Demora.
Na calma que grita.
...Espera que aperta
...

Não tenho saliva..!

Dedos que tremem,
E os pés que se agitam.


Letra: Ronaldo Fonseca
Música: peixe:avião

PRESS RELEASE por Adolfo Luxúria Canibal



"Aqueles com memória mais curta serão tentados a ouvir em peixe : avião ecos de Radiohead e eles estão lá, efectivamente, mas enquanto herança de uma linhagem muito mais antiga, com genealogia nos pergaminhos de Canterbury e no rock progressivo dos primeiros Pink Floyd de Syd Barrett e dos Van Der Graaf Generator de Peter Hammill, passando pelo krautrock dos Faust ou dos Neu!. Mas se a estirpe é identificável, o que faz a singularidade de peixe : avião é a portugalidade que irradia, como se de repente tudo o que nos habituamos a associar à alma portuguesa, a melancolia dos seus poetas, o singelo das pequenas coisas, se cristalizasse em sons e palavras. Esqueçam o fado como Amália o popularizou e é macaqueado de Portugal ao Japão: o novo fado do século XXI é peixe : avião!

Nada disto faz sentido, decerto, numa lógica estritamente científica ou numa abordagem puramente musicológica e, no entanto… faz todo o sentido!!! peixe : avião é um milagre! É um milagre na sua génese, na maneira como cinco desconhecidos, que mal se conhecem ou desconhecem de todo, vindos de diferentes áreas e diferentes bandas, de imediato se completam e dão corpo, numa espécie de geração espontânea, a uma obra única, de marcada identidade e sensibilidade; e é um milagre a música em si, o modo como a tristeza, o tédio, o abatimento, a espera, o cândido são adornados com a banda sonora perfeita e absoluta e cantados pela notável e estranha poesia de Ronaldo Fonseca, numa união imaculada e magnífica. Como se peixe : avião sempre tivesse existido algures no limbo da nossa inconsciência, na maresia das tardes de Verão, na aragem trazida pelas primeiras chuvas, e esperasse a junção dos vocábulos para tomar forma. Nesse sentido, nunca um nome espelhou tão perfeitamente o objecto que designa. Porque nunca a dissemelhança foi tão harmoniosamente enlaçada na criação do novo como acontece com peixe : avião.

Há muito – demasiado – tempo que não somos surpreendidos por uma obra musical. Nada de espantar, porquanto os milagres e o sublime só acontecem muito raramente… Mas quando temos o privilégio de viver um momento desses, como é o caso com a audição de “40 . 02” de peixe : avião, só podemos regozijar-nos e espalhar a boa nova pelos quatro cantos da terra. É o que eu faço e o convido a fazer: entre no mundo maravilhoso de peixe : avião, deixe-se mergulhar nas correntes aéreas deste oceano desconhecido, desfrute da viagem pelas profundezas da brisa outonal e vai ver que também vai sentir esta alegria, esta fé resplandecente na capacidade humana para produzir o belo que só as grandes obras conseguem gerar."

por Adolfo Luxúria Canibal